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terça-feira, 2 de setembro de 2014

John A. Walker Jr., chefe de família de espiões, morre aos 77 anos

John A. Walker Jr., um ex-oficial da Marinha que em 1986 se declarou culpado de recrutar seu filho, um irmão e um amigo em uma rede de espiões, que roubava documentos militares e vendia informações para agentes soviéticos, morreu na quinta-feira em uma presídio federal em Butner, Carolina do Norte. Ele tinha 77 anos.

Sua morte, no centro médico do presídio, foi confirmada por Chris Burke, um porta-voz do Birô de Presídios.

Walker era um especialista em comunicações da Marinha quando começou a espionar para os soviéticos no auge da Guerra Fria, em 1967. Após sua prisão em maio de 1985, o governo disse que ele liderou uma das mais danosas operações de espionagem na história americana. Todos seus quatro membros foram condenados.

Inicialmente trabalhando sozinho e, segundo a maioria dos relatos, sem motivação ideológica, Walker estava posicionado em Norfolk, Virgínia, e passando por dificuldades financeiras quando vendeu pela primeira vez informação aos soviéticos, que lhes permitia ler mensagens criptografadas, uma transação iniciada quando ele entrou caminhando na embaixada soviética em Washington. Nos anos 70, ele trouxe Jerry A. Whitworth, um operador de rádio da Marinha que era um amigo íntimo. Whitworth passava a Walker dados confidenciais criptografados da Marinha que oficiais americanos diziam que os soviéticos estariam particularmente ávidos em receber.

Em 1980, quando Walker soube que o negócio de rádio de carros de seu irmão mais velho estava falindo, ele o encorajou a arrumar um emprego em uma prestadora de serviços à Marinha, para ter acesso a documentos. E foi o que seu irmão Arthur fez.

John Walker persuadiu seu filho, Michael, um arquivista de um esquadrão de caças em Virginia Beach e posteriormente no porta-aviões Nimitz, a remover clandestinamente documentos secretos sob sua jaqueta, incluindo alguns que Michael impediu que fossem destruídos.

"Meu pai estava satisfeito e disse que parecia que estávamos com sorte", disse Michael Walker no tribunal. "Ele me disse para seguir em frente."

Quanto cada um deles recebeu nunca ficou claro, mas Whitworth admitiu no tribunal ter recebido US$ 332 mil.

Entre as informações que os homens forneceram estavam descrições de mudanças feitas no submarinos americanos, que ajudaram os soviéticos a realizar as melhorias em seus próprios submarinos. Algumas das informações criptografadas permitiram aos soviéticos rastrear a movimentação dos submarinos e navios americanos.

No final dos anos 70, Walker se aposentou da Marinha e se tornou investigador particular. Com frequência ele usava disfarces e viajava pelo mundo coletando informação secreta e a repassando a seus compradores.

Em agosto de 1977, ele viajou para Hong Kong para se encontrar com Whitworth, que estava no porto como marinheiro do porta-aviões Constellation. Dias depois, Walker se encontrou com agentes soviéticos. Fontes da inteligência disseram na época que a velocidade da aparente transação sugerem que os soviéticos consideraram a informação como altamente valiosa e oportuna.

"Eles não fizeram aquilo apenas para obter algo para pesquisa", disse uma fonte da inteligência, que pediu anonimato, ao "The New York Times" em 1985. "Eles obtiveram porque queriam usá-la imediatamente. Eles claramente estavam tentando montar um grande esforço para leitura das comunicações dos Estados Unidos. Não há outro motivo para tentar obter esse tipo de acesso."

John Anthony Walker Jr. nasceu em 28 de julho de 1937, em Washington, o segundo de três filhos. Seu pai, John Sr., foi um assessor de imprensa da Warner Bros. que bebia em excesso. Quando o pai começou a ter problemas em sua carreira, a família se mudou para sua cidade natal, Scranton, Pensilvânia. Mas John Sr. acabou abandonando a esposa e a família, e John Jr. abandonou a escola católica para se alistar na Marinha. Sua família disse que ele se alistou depois de se entregar após tentar roubar uma loja.

Como parte de seu acordo no caso de espionagem, Walker concordou em cooperar com os investigadores, em parte para conseguir uma sentença mais branda para seu filho. Michael Walker foi sentenciado a 25 anos e solto em 2000. John e Alfred Walker receberam penas de prisão perpétua e Whitworth foi sentenciado a 365 anos.

Arthur Walker morreu em julho no mesmo centro médico penitenciário onde John Walker morreu. Informação completa sobre familiares que John Walker deixou não estavam prontamente disponíveis.

As atividades de espionagem de John e Arthur foram denunciadas às autoridades pela ex-esposa de John Walker, Barbara Crowley, que disse posteriormente que não sabia do envolvimento do seu filho. Ela e Walker se divorciaram nos anos 70.

Em 2008, Walker publicou "My Life As a Spy" (Minha vida como espião, em tradução livre), na qual atribuiu suas ações em parte à sua crença de que a Guerra Fria era uma "farsa" e que compartilhar informação não causaria dano algum. Ele pediu para que sua família e o país o perdoassem pelo "risco que eu teria causado se uma guerra de fato tivesse ocorrido entre os Estados Unidos e a União Soviética".

O caso Walker inspirou vários outros livros e documentários. Também provocou mudanças na forma como o Departamento de Defesa protege informação. Logo depois da rede de espionagem ter sido exposta, regras foram impostas para reduzir o número de pessoas com acesso a informação militar secreta em 10%.

Em junho de 1986, John C. Wagner, o agente especial encarregado pela divisão do FBI de Norfolk e que supervisionou a prisão de John Walker, disse à "The New York Times Magazine" que "nós ainda estamos tentando descobrir como foi possível que um marinheiro de relativa baixa patente, motivado apenas por dinheiro, conseguiu comandar uma rede de espionagem bem-sucedida por quase duas décadas".

5 comentários:

  1. John A. Walker Jr, o verdadeiro informante ! uma verdadeira lenda !

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    1. John A. Walker Jr,o verdadeiro informante(traidor)deu sorte q não foi executado, uma vergonha pra marinha americana e de seu próprio pai$$

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    2. Homem consciente, um verdadeiro herói.

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    3. se ele fosse russo e fizesse a mesma coisa contra o governo soviético, ele seria um herói?

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    4. Claro que seria,pq vc acha que eu sou russo ?

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