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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Herald Tribune: Após vitória do Partido Liberal Democrata, Japão deve assumir linha mais dura com a China

Líder do PLD (Partido Liberal-Democrata), Shinzo Abe, diz que o governista PD (Partido Democrático) foi rejeitado nas urnas. O PLD obteve a maioria absoluta nas eleições gerais no Japão

A vitória retumbante do PLD (Partido Liberal Democrata) do Japão, liderado por Shinzo Abe, é mais um voto contra o PDJ (Partido Democrático do Japão) do que a favor do PLD. Mesmo assim, a percepção de que a abordagem direta e confiante de Abe rompe o estilo burocrático baseado em consenso de muitos líderes japoneses vai agradar a muitos eleitores e aos parceiros de segurança do Japão na região.

Esse sentimento não se repetirá em Pequim. Existe uma opinião generalizada no Japão de que Tóquio não deveria mais se deixar intimidar pela assertividade regional chinesa. Para muitos japoneses, Abe está disposto a encarar o grande vizinho do Japão.

A profunda história de rivalidade e conflito entre Japão e China é bem conhecida. Parte dela se desenrola atualmente na disputa sobre as ilhas Senkaku, administradas pelos japoneses, no mar da China Oriental. Uma grande preocupação é a percepção de que Pequim está disposta a ligar questões políticas e estratégicas com recompensa e punição econômicas.

Em setembro, o vice-ministro do Comércio chinês, Jiang Zengwei, oficialmente sancionou e incentivou o boicote de produtos e empresas japoneses - especialmente carros e produtos eletrônicos. As agências de viagens baseadas na China foram incentivadas a cancelar ou adiar excursões para o Japão, levando a uma queda de 33% no número de turistas chineses no Japão em outubro. Empresas japonesas como Toyota, Honda, Nissan e Panasonic relataram prejuízos em suas operações e propriedades, enquanto milhares de chineses realizavam protestos contra o Japão. Seria impensável que essas demonstrações ocorressem sem que as autoridades chinesas tivessem conhecimento prévio.

A disposição de Pequim a usar o comércio como alavanca estratégica ou política foi utilizada contra o Japão em 2010 com relação à mesma disputa, quando a China interrompeu as exportações de terras-raras para seu vizinho. Pequim comportou-se de maneira semelhante com outros países, mais recentemente quando suspendeu temporariamente a importação de bananas das Filipinas devido a disputas sobre os recifes de Scarborough, ameaçando 200 mil empregos filipinos.

Quando Abe foi primeiro-ministro, entre setembro de 2006 e setembro de 2007, ele rompeu a tradição contemporânea de abordagens brandas nas disputas com a China. Ele foi a força propulsora pessoal por trás da hoje extinta Iniciativa Quadrilateral, um esquema de parceria estratégica entre Japão, EUA, Índia e Austrália. A iniciativa estabeleceu as bases para uma cooperação estratégica intensa e exercícios navais entre as quatro potências democráticas. Formada em um momento em que os Estados regionais ainda aceitavam sem críticas a autoproclamada retórica da ascensão da China, a iniciativa foi prematura e um pouco provocativa demais. Abe também defendeu uma parceria estratégica reforçada com a Índia. Ele não relutou em declarar que essas propostas tinham a ver com retreinar a ambição e o comportamento chineses - provavelmente o primeiro líder asiático moderno a dizer isso abertamente.

Mesmo ao se aproximar a última eleição, Abe foi franco ao dizer que perseguia uma estratégia de alianças assertiva, em particular o aprofundamento da aliança EUA-Japão. Concluir uma aliança de segurança com a Austrália também estaria supostamente no alto de sua lista de prioridades. Abe também indicou que reexaminaria a restrição autoimposta pelo Japão de não gastar mais de 1% do PIB em defesa. Existem até indícios de que ele consideraria suplementar as impressionantes capacidades militares defensivas do Japão com formidáveis ativos militares ofensivos, como mísseis balísticos, bombardeiros estratégicos e unidades anfíbias. Nesse caso, isto poderia exigir uma "reinterpretação" do artigo 9º da Constituição pacifista do país.

Certamente a maior prioridade de Abe é inverter os sinais de deflação na economia. Mas muitos temem uma deterioração das relações China-Japão, com repercussões econômicas incertas para o comércio entre os dois países e a região. Se a deterioração do relacionamento político e econômico bilateral ocorrer de fato, um governo Abe mais assertivo talvez não seja o culpado. Afinal, quando o candidato do Partido Democrático, de centro-esquerda, Yukio Hatoyama, chegou ao poder em junho de 2009, Tóquio seguiu uma linha muito mais branda em relação a Pequim. Hatoyama, que nunca defendeu a base naval americana em Okinawa, declarou que o Japão deveria dar menos ênfase à aliança com os EUA e se esforçar mais em uma zona estratégica e econômica exclusiva do Extremo Oriente - sustentada por relações estratégicas mais estreitas entre Japão e China.

Diplomatas de Pequim aplaudiram a linha japonesa mais branda. Mas ela antecedeu um ano - 2010 - em que a China impôs seu peso em disputas com o Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Filipinas e Austrália, levando toda a região a questionar a credibilidade e a autoproclamada ascensão pacífica da China.

O comportamento agressivo de Pequim sobre as disputas no mar da China Oriental e no mar do Sul da China podem não estar relacionadas à abordagem mais branda de Hatoyama. Mas a linha conciliadora de Tóquio certamente não moderou o comportamento de Pequim na época, e até mesmo o primeiro-ministro de centro-esquerda Yoshihiko Noda, de saída, endureceu sua posição contra a China.

Abe é apenas coerente. Seu cálculo é que a China oferecerá poucos favores econômicos ou concessões estratégicas a um Japão tímido. Uma posição mais firme certamente não será prejudicial. E a aposta é que ela pode até levar Pequim a pensar duas vezes sobre o custo de impor seu peso militar e econômico no Oriente e no Sudeste Asiático.

(John Lee é "fellow" para Segurança Energética e professor associado adjunto no Centro de Estudos Internacionais de Segurança, na Universidade de Sydney, e um acadêmico sênior não residente no Instituto Hudson, em Washington.) Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Um comentário:

  1. O Japão ñ vai fazer nada, isto aí desse zé bobão (pau mandado dos EUA) é nhé, nhe´, nhé ... . O Japão continua ocupado e só vai fazer o q os EUA mandarem, ou seja o Japão como a Alemanha AFINARAM. Aliás o pessoal destes dois países estão nas traduções (fajutas) ocidentais do Nostradamus como os diabos q assolaram a humanidade, portanto colocar galho dentro depois de 1945 faz parte da rotina destes OCUPADOS.

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