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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Terra: Ninguém queria ser covarde, diz veterano do Brasil na 2ª Guerra


Quando o então presidente Getúlio Vargas declarou guerra à Alemanha e à Itália, no dia 31 de agosto de 1942, Geraldo Campos Taitson já havia deixado o Exército e nem imaginava que, um ano depois, estaria lutando nos campos de batalha na Europa. "Ninguém pensa em ser convocado", conta o tenente. Aos 91 anos, hoje ele é diretor do museu dedicado aos brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial em Belo Horizonte.

Brasil na Segunda Guerra Mundial: veja detalhes da participação brasileira
"Quando foi em janeiro de 43, ouvi o meu nome na convocação divulgada em uma rádio aqui de Belo Horizonte. Fiquei surpreso, ninguém gosta de ir para a guerra. Mas a gente cumpre a missão porque também ninguém quer bancar o covarde e omisso", lembra o tenente Taitson, que demonstra orgulho pelos feitos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Europa. O então soldado conta que sofreu apenas um ferimento leve em combate, causado por estilhaços de grana, mas se negou a ir para o hospital porque não queria se separar dos companheiros mineiros.

O Brasil entrou oficialmente no conflito mundial há 70 anos, quando Vargas assinou o decreto 10.358 de 31 de agosto de 1942 declarando estado de guerra. A medida foi tomada semanas após o torpedeamento de cinco navios mercantes brasileiros na costa nordeste por um submarino alemão. Antes, em janeiro do mesmo ano, o governo brasileiro já havia rompido relações diplomáticas com os Países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

Para o veterano, Getúlio não queria entrar no conflito "porque ele era tão ditador quanto Hitler (Adolf) e Mussolini (Benito)", mas a pressão popular, com a depredação de estabelecimentos comerciais de descendentes de alemães e italianos em várias partes do País, levou o então presidente a declarar guerra. "Ele foi obrigado pelo povo", afirma o tenente Taitson.

Outros motivos
A professora Dulce Pandolfi, do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial se deu por uma série de fatores. "Não foi nenhuma surpresa. Veio um acúmulo de forças que estava conduzindo para que acontecesse isso", defende Pandolfi. Ela concorda que os ataques aos navios brasileiros em agosto de 42 e a pressão popular influenciaram, mas alega que a tomada de posição do País só começou a ser definida após os Estados Unidos ingressarem no conflito. Além disso, o governo Vargas estava dividido, tendo em Oswaldo Aranha o principal defensor da aproximação com os Aliados.

"A ditadura do Estado Novo tinha uma aproximação grande com o que estava acontecendo nos Países do Eixo, mas Getúlio era um homem de muita visão. Os investimentos culturais e econômicos dos americanos no Brasil eram muito maiores e os Países do Eixo já demonstravam um certo fraquejo. Portanto, para ele, não foi tão doloroso assim a opção por apoiar os Estados Unidos", disse a professora da Escola de Ciências Sociais e História da FGV.

"O Brasil entrou já no final da guerra. Uma participação mais simbólica do que qualquer outra coisa", afirma Dulce Pandolfi. A opção do País por lutar com a Aliança foi acertada, na opinião da historiadora, não só porque se aliou aos que venceriam o conflito, mas também pelos vários ganhos que o País teve. "O principal deles foi a volta da democracia", afirma.

Preparação
Da declaração de estado de guerra até o envio da primeira tropa da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para os campos de batalha transcorreram quase dois anos. Nesse período, o Brasil se preparou - com apoio dos americanos -, convocou e treinou seus soldados. "Eu já tinha dado baixa e fui o primeiro a ser convocado porque eu era motorista", lembra o major Antônio Felipe, 93 anos. O veterano, que hoje mora no Rio de Janeiro, foi enviado para a Itália em junho de 1944.

A missão da FEB durou sete meses e 19 dias e se dividiu em duas frentes. As conquistas de Monte Castelo, em fevereiro de 45, e de Montese, em abril do mesmo ano, foram os maiores feitos dos 25 mil soldados brasileiros. Em julho, os primeiros combatentes voltavam para o Brasil deixando em um cemitério da cidade de Pistoia, perto de Florença, 454 companheiros mortos em combate. O número é menor do que o total de vítimas dos ataques aos navios nacionais por um submarino alemão na costa brasileira, ocorridos dois anos antes. Após cinco embarcações torpedeadas em menos de 72 horas, 607 pessoas morreram, entre civis e militares.

7 comentários:

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    participação do Brasil na 2 guerra.. foi um golpe de mestre dos EUA e aliados.
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    Enquanto a Argentina enriqueceu vendendo produtos primários aos combatentes.. o Brasil que "entrou" na guerra fornecia de graça...
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    Monte Castelo... Montese... foi mais uma exercício de tiro para os alemães .. aonde os alvos..sic.. soldados brasucas subiam morros de peito aberto d'baixo de chumbo quente nazi...
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    1945 ..EUA, Inglaterra, França..ja sabiam que a maquina de guerra nazi estava agonizando .. e mesmo assim "enviaram" brasucas para morrer por nada.... lutar uma batalha já vencida... e sem relevância alguma se tais regiões "caíssem" hoje ou mês que vem.
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    mais quem escreve a historia...não são os fatos... são os que venceram...azar dos mortos "inúteis" (NUC contra civis no Japão que o diga).
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    XTREME

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    Respostas
    1. Eu não vejo por esse prisma. Os EUA ajudaram o Brasil a criar uma doutrina militar moderna e nos forneceu equipamento junto a Inglaterra de ponta para época. Sem falar que fora os EUA que deram o impulso para o programa nuclear brasileiro.

      Sinceramente, desconheço essa de que os brasileiros eram alvos fáceis para os alemães. Os números do engajamento brasileiro na Itália mostram que você está completamente equivocado.

      Como EUA, Inglaterra e França mandaram nossos brasileiros morrerem na Itália sendo que foi a gente que escolheu aonde nossos soldados iriam combater? Por falar, deixe de ser leviano em seus comentários. Não é a primeira vez que isso acontece. Cada um tem sua opinião, mas você passa dos "limites" tem hora.

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    2. -
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      expresso o que sinto.. mandaram soldados brasileiro lutar uma luta já ganha e sem relevância militar alguma .. dado aos "frangalhos" que já se encontrava a maquina militar nazi em 1945.
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      se foi um exercício de ufanismo de nossos "generais" .. que venha a baila..
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      até penso que o ditador "inutil" Getulio Vargas.. foium fantoche dos militares brasileiros (que por sequência eram fantoches dos EUA) ...
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      O surgimento da industria automotiva no Brasil foi outra jogada de mestre do capitalistmo Americano...assim com as sucessivas reservas de mercado...e por fim o golpe da CIA.. sic ..militar de 64..etc.
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      a historia tem varias versões...e muitas verdades...
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      XTREME

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    3. Você não tem que expressar o que você sente. Você tem fundar sua opinião nos fatos. O Brasil tinha que ter entrado na Guerra ao lado dos Aliados quando os U-Boats começaram a afundar navios brasileiros.

      Ninguém além de Vargas mandou os soldado brasileiros à guerra.

      Vargas um fantoche dos militares brasileiros? Você realmente não conhece a história do seu país. O Varga deixou a defesa do Brasil às moscas, como ele foi um fantoche dos militares?

      Nossa, você confunde o governo de Vargas com a Ditadura de 64. É coisa que eu tenho que ler. Em 64 os militares foram entreguistas e bandidos ao derrubarem o governo de Jango. Mas isso não tem nenhuma relação com a Segunda Guerra Mundial.

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    4. -
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      tem sim.. os EUA estavam "presentes" tanto na "entrada" do Brasil na 2 guerra como no golpe de 64....
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      XTREME

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    5. Uma coisa não tem relação com a outra, por favor.

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  2. @Xtreme, deve ter comido algo estragado, pois ele estaria, acometido de uma diarréia verbal, caso isso fosse uma conversa.

    Ademais fazia tempo que não via tanta asneira junta, parabéns Anonymous XTREME, você provou que a ignorância não tem EXTREMOS deveras.

    O pior tolo é o que engana a si próprio.

    Alias parabéns Michel por manter, o blog vibrante.

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