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sexta-feira, 27 de julho de 2012

El País: Um mundo sem Bashar al-Assad


Bashar Al-Assad

Logo cairá o quinto, o mais jovem, sanguinário e duro de brigar. O único civil, alheio ao ofício das armas. O único também que não chegou ao poder em circunstâncias violentas ou fruto de um golpe de Estado. Os dois primeiros caíram facilmente: Ben Ali, o ambicioso policial que deslocou Habib Burguiba, em um golpe palaciano em 1987, aguentou 28 dias desde que começaram as manifestações; Mubarak, que sucedeu a Sadat após sua morte em atentado em 1981, foi ainda mais frágil em sua resistência de 18 dias.

Maior foi a resistência de Gaddafi, no poder desde 1979, e do iemenita Saleh, presidente desde 1978: o primeiro perdeu o poder aos seis meses, e a vida, linchado pelos rebeldes, dois meses mais tarde e com uma guerra civil no meio; o segundo demorou 13 meses para ceder, depois de um atentado e de corcovear em uma negociação cheia de engodos e fintas.

Todos caíram quando tentavam cometer jogada idêntica à que levou Bashar al-Assad ao poder em 2000. A Síria é a única república da região onde havia ocorrido uma sucessão monárquica, aparentemente com êxito, e era o espelho em que se miravam os clãs familiares presidenciais dos outros quatro autocratas antes de sua derrocada. Esses planos vergonhosos atuaram como um poderoso estímulo para os protestos que impediram a instalação de neomonarquias bonapartistas em toda a geografia árabe.

Quando Assad cair não ficará um só autocrata republicano na região. A revolução que começou na Tunísia arrastou a todos. Se continuar a enxurrada, o que não está claro, será no território do despotismo monárquico, demonstrando a velha teoria maquiavélica sobre as vantagens do príncipe hereditário sobre o novo príncipe: "Nos Estados hereditários e acostumados à linhagem de seu príncipe há menos dificuldades em mantê-los que nos novos, porque basta não descuidar da ordem estabelecida por seus antepassados e ir se adaptando aos acontecimentos segundo os casos" ("O Príncipe").

Aí está uma explicação para esses 16 meses de longa resistência desde que começaram as manifestações contra seu regime em meados de março de 2011. Foi um bom discípulo de seu pai na repressão dos protestos, até igualá-lo em crueldade e intensidade, embora talvez ainda não no número de vítimas mortais.

Atribuem-se a Hafez al-Assad 20 mil vítimas mortais no ataque à cidade de Hama em 1981, e o balanço atual do ano e meio de protestos beira os 18 mil. Mas Bashar não foi capaz de manter os equilíbrios da ordem autocrática legados por seu pai, nem de se adaptar aos acontecimentos, apesar de sua juventude, de sua condição de civil e sua formação cosmopolita no Reino Unido.

Bashar atuou como Hafez mas em um mundo e uma época diferentes. Não lhe faltaram bons conselhos para que abrisse o caminho para as reformas e uma transição democrática, principalmente por parte da Turquia, país que foi amigo e aliado até que começaram os protestos. O jovem oftalmologista preferiu o caminho das fraudes e da tergiversação em vez de encabeçar a onda de mudança. Pouco se sabe hoje sobre as interioridades do regime, e por isso há poucos dados que ajudem a compreender sua atitude diante das revoltas.

A única aproximação possível, por enquanto, é a inversa: explicar a dura resistência do regime e seu atual naufrágio a partir dos múltiplos interesses geoestratégicos que serviram ao "status quo" na Síria. O maior diferencial em relação às outras ditaduras caídas da Síria dos Assad, pai e filho, é a centralidade geoestratégica, ausente em todos os outros países. A Síria faz parte da geometria de influências de Turquia, Ir ã e Rússia, com o Líbano sob sua tutela, se encontra no ponto de mira da Arábia Saudita e Catar e mantém uma paz armada com Israel.

Nenhum dos quatro ditadores caídos levou seu país junto. Nem sequer a Líbia tribal ficará dividida. Por outro lado, isso não está claro no caso da Síria, submetida a um formidável impulso centrífugo. A queda do regime, agora dada como certa, cobrou um caríssimo pedágio em vítimas, em desalojados e em destruição de moradias e infraestruturas, mas continuará passando faturas elevadas, que podem alcançar inclusive a existência do país e sua integridade territorial, até estender-se à estabilidade da região.

Não sabemos como será a Síria sem Assad, mas tampouco como serão a região e o mundo sem as ditaduras árabes, essa espécie que agora se extingue com seu último e mais cruel rebento.

3 comentários:

  1. Reportagem ridicula,em primeiro lugar desde quando acabarão ás ditaduras arabes? Nossa as monarquias de lá são tão democráticas, segundo desde quando alguém tem como afirmar que a queda de Assad é inevitável? Sendo que os rebeldes não dominam uma única cidade importante por completo, em terceiro lugar para os medíocres sem sangue na veia espalhados pelo mundo, queriam que o Assad desse bombom e café para a guerrilha armada contra ele, ou queriam q desse vinho do mais caro com caviar? A mais a revolta começou pacífica, então ás armas e a organização dos rebeldes caíram do céu, teriam vindo em uma nave alienigina? Pqe os mocinhos made in USA e Europa imagina esses não fazam mal a ninguém. Sinceramente não sei como perdem tempo em postar reportagem tão ridícula, fica difícil como definir diferente algo de manipulação tão simplista típica da empurrrada em cima do povão mesmo esse tipo de reportagem.

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  2. Conselho se tiver algum jornalista lendo, quer trabalhar no El país? Aprenda a falar coisas absurdas, minta sinicamente e de gargalhadas de sua própria reportagem, poderá ser contratado e ganhar muito bem, afinal em nossa linda democracia, vc tem liberdade de inventar histórias, afinal de contas agora a última ditadura arabe é a do Assad, realmente os emires são os maiores símbolos de democracia já existentes na face da terra.

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  3. O El País é um excelente jornal, não fale isso.

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