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terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Não é verdade que Hugo Chávez seja invencível", diz líder da oposição venezuelana


 Leopoldo López

O líder de oposição venezuelano Leopoldo López não esperou que o Estado acatasse a sentença a seu favor anunciada na sexta-feira (16) pela Corte Interamericana de Direitos Humanos para começar sua campanha pela candidatura da oposição à Presidência da República. Em sua decisão, o tribunal ordenou que a Venezuela suspendesse a inabilitação política que pesava sobre López desde 2008 e que o impedia de se candidatar a cargos públicos até 2014.

Era o sinal que esse ex-prefeito de 40 anos esperou durante os últimos dois para anunciar, como fez na sexta-feira, sua inscrição formal nas eleições primárias de 12 de fevereiro próximo, nas quais os cerca de 20 partidos reunidos na Mesa da Unidade Democrática, de oposição, escolherão o candidato que enfrentará Hugo Chávez nas presidenciais de outubro de 2012.

"Considero-me habilitado na justiça e no direito e começamos a percorrer o país com nossa proposta. O governo terá de procurar a maneira de abordar isto", disse no sábado López a "El País" na sede da Vontade Popular, partido que o apoia e que ele mesmo fundou há alguns anos. "A sentença declara que o Conselho Nacional Eleitoral tem de admitir a inscrição de minha candidatura para qualquer cargo de eleição popular e não deixa nenhum espaço para dúvidas. A sentença é lei na Venezuela, porque a Constituição de 1999 assim o estabelece. A decisão do Estado está no campo de praticar um crime ou não, de cumprir a Constituição ou não".

"Para mim [a Corte Interamericana de Direitos Humanos] não vale nada", declarou Chávez no sábado.

A sanção de inabilitação imposta pela Controladoria Geral da Venezuela (tribunal de contas) em 2008 baseava-se em supostas irregularidades administrativas e malversação de fundos públicos, que López nega, em sua gestão como prefeito de Chacao. Mas nenhum tribunal penal o considerou culpado. "Não houve julgamento porque não houve crime: sou inocente. Acredita que eu teria me metido nesse processo de escrutínio internacional se tivesse alguma responsabilidade em um caso irregular?", argumenta.

Apesar da sanção, faz três anos que López - economista e prefeito de Chacao entre 2000 e 2008 - está em campanha. "Visitei os 24 estados e mais de 200 municípios. Creio que não há outro político que tenha percorrido o país dessa forma nos últimos anos como eu fiz", ele diz.

López ganhou sua primeira eleição para a prefeitura aos 27 anos e define seu partido como um "movimento progressista" de centro-esquerda, cuja promessa principal é fazer cumprir este slogan: "Todos os direitos para todas as pessoas". Mas seus detratores o colocam, com toda a oposição, na área da mais extrema direita. O Vontade Popular conta com cerca de 120 mil militantes, que se apresentaram em julho passado para eleições abertas para eleger autoridades nacionais e locais do partido. Alguns críticos afirmam que se trata de um partido muito pequeno para aspirar a chegar ao poder. López nega: "Ninguém fez o que nós fizemos. Foi um processo com muitas restrições financeiras e de comunicação. Mas 120 mil pessoas foram votar a favor de um partido, não só para escolher a autoridade nacional, mas também para as autoridades locais".

Os que criticam sua candidatura dizem que López não nega os setores populares. "Respondo com fatos: em nosso movimento, 23% das pessoas que foram eleitas estavam inscritas no Partido Socialista Unido da Venezuela. Isso indica que estamos ganhando gente que vem do governismo e muita gente. Nossa proposta é includente."

Além do homem, López e os demais candidatos da oposição se propuseram derrubar o mito nas eleições de outubro de 2012, nas quais Chávez se postulará para um terceiro mandato consecutivo de seis anos. "Não é verdade que Hugo Chávez seja invencível. Nas duas últimas eleições nacionais conseguimos vitórias importantes, apesar de todas as assimetrias e do abuso de poder: nas parlamentares de 2008 a oposição obteve 52% dos votos, contra 48% do oficialismo; nas regionais de 2007 também conseguimos uma vitória." A aspiração de Leopoldo López é liderar essa hipotética mudança.

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